Crónica de João Amendoeira "Uma Vida Melhor" - Jornal de Negócios ImoNEWS, Fevereiro/2010

É inevitável dizer que Portugal é um reino de artistas, um reino de beleza e qualidade artística capaz de se sobressair em qualquer parte deste mundo.

A cultura portuguesa é rica o suficiente, e por tal devia ser melhor utilizada como imagem do nosso País, mas ao contrário disso, tenho a sensação que por vezes o objectivo interno é humilhar e rebaixar aqueles cujo toque é divino.
Uma questão que se me colocou nos últimos tempos, refere-se à possibilidade de se ultrapassar a crise económica através da cultura. Na minha modesta opinião, é possível tal como em tantos outros campos, através de mudanças radicais, corrigindo o que não está correcto de forma a não dar ao desbarato milhares de milhões de euros, que são essenciais para a criação de postos de trabalho, e assim, dar a oportunidade àqueles que estudaram e deram anos de vida para se formarem e que agora se encontram no triste desemprego, quando por vezes, quem desempenha as suas tarefas não tem formação para tal.

Gostaria de ver um país com uma maior devoção aos “génios vivos”, génios da escrita, da pintura, da música, do teatro, do cinema, entre outras artes. Gostaria de ver aqueles cuja criação é espectacular e deveria ser entregue em mãos para a educação dos mais jovens e através de sistemas culturais para dar ao mundo a riqueza da cultura portuguesa e consequentemente, aumentar a credibilidade do nosso país.

Posso dizer que me apaixono com facilidade pelos novos autores portugueses, assim como, pelos génios vivos que nos guiam como base de qualidade, génios como Miguel Sousa Tavares, Fernando Pinto do Amaral, Miguel Real, José Augusto-França, José Saramago, José Luís Peixoto, entre tantos outros que são de certo, a riqueza do país em que vivemos.

Todos sabem, que não há ninguém tão melhor quanto os portugueses para falar sobre a história do mundo, e talvez num dia próximo, longe de crises e de pensamentos reducionistas, Portugal e a sua cultura, sejam livres e capazes de subsistir sozinhos e com voz própria, neste mundo de interesses e negócios, para que possam dar a todos os portugueses, uma vida melhor.



in Jornal ImoNews, Fevereiro/2010.