Jornal Imonews - Negócios & A Fábrica de Cultura – Entrevista com José Renato Solnado


No palco dos sonhos vivem nomes cuja forma e saber sobrevivem até ao dia em que a história dos Homens sucumbir como quando uma chama desvanece na escuridão após derreter a cera que a manteve de pé.

A pessoa que vos apresento neste presente mês, é alguém cujo apelido não deixa dúvida a quem pertence o sangue e os genes que permanecem nos palcos lusos. O seu nome é José Renato Solnado, nascido em Lisboa, actor, encenador, amante da pintura e da fotografia, professor de teatro e responsável, junto de sua mãe, pela Escola de Teatro Raul Solnado, nome de seu pai, cujo projecto dá continuidade e forma ao sonho deste artista cujas gratificações parecem ser eternas. Para além de tal, os genes da família Solnado apresentam uma mística especial e espontânea para a arte de representar e fazer entreter as almas de quem sabe apreciar.


Tenho a dizer que há em mim uma admiração especial por Renato Solnado, a sua visão sobre o palco e forma de saber gerir o que pretende apresentar têm um brilho próprio e sede de conseguir colocar em frente o que possa espelhar qualidade. É essa mesma qualidade que Renato Solnado procura nos aprendizes que ensina na companhia de sua mãe, na forma como lhes faz ver e sentir a vida, que por si mesma, não deixa de ser um palco de sentimentos, seres e sombras.


De acordo com Renato o teatro em Portugal necessita de novas formas e novos saberes que possam melhorar o que se faz, assim como, a importância de novas estruturas que possam enriquecer o que se pretende. “Deveriam de existir mais teatros, mais e bem equipados. As pessoas pensam que não, mas a cultura dá emprego”. De acordo com Renato devem existir novos sistemas culturais capazes de criar emprego entre os artistas, os técnicos e os demais, e assim, colmatar falhas na sociedade, diminuindo o desemprego e aumentando o investimento entre a população. Questionei acerca da possibilidade de ultrapassar a crise através da cultura, ao que Renato remete que ela é a base de tudo, a estabilidade do povo e a nação depende dela, conseguir um motor de desenvolvimento com base na cultura seria mais do que importante para muitos desempregados e essencialmente para muitos jovens cujo futuro se afigura complicado. Renato assegura que mundos como a fotografia, a escrita, a pintura, o teatro, o cinema, deveriam ser inseridos em sistemas culturais capazes de criar emprego e vender, essencialmente para outros países, pois o que se produz em Portugal tem bastante qualidade. “Devíamos exportar mais e importar menos, há que defender a nossa cultura. Deveria de existir uma Fábrica de Cultura.”


É com base nesta ideologia que José Renato Solnado pretende alargar os horizontes da Escola de Teatro Raul Solnado, aumentando a escola e o número de cursos. Para mais informações sobre a escola de teatro:

www.escoladeteatro.net

Renato é isto mesmo, um génio cujo papel e função é criar e dar continuidade ao seres que percorrem os palcos, enriquecendo-os com dons que fazem parte do corpo de saber do mestre que é.

José Renato Solnado é um olhar sábio sobre o mundo dos negócios, sejam eles do sector a que pertençam, pois o exemplo é o da força de vontade e o génio que vive em cada um de nós poderem fazer a diferença nos presentes dias e tornar o futuro de outros, sejam eles aprendizes, empregados, sócios ou concorrentes, mais valioso, permitindo a eles mesmos transmitirem a outros o que há de precioso, para se fazer mais, bem e melhor. O ciclo dos génios.

João Amendoeira
(na imagem: Pedro Fabrica e Tânia Querido, antigos alunos de Renato Solnado)