in Jornal Cidade de Tomar de 29 de Dezembro de 2017.
Tomar é uma cidade cheia
de história e no que toca a pedras enigmáticas e símbolos está
repleta. Há vários anos que observo uma estrutura na Rua dos Arcos,
que sempre me suscitou uma curiosidade extra repleta de fascínio
pela sua provável antiguidade e simbolismo.
A Rua dos Arcos é a
localização dos antigos Estaus mandados construir pelo Infante D.
Henrique no século XV, que ainda hoje se adivinham as suas
estruturas, mas infelizmente muito mal identificados e desconhecidos
até para os próprios tomarenses.
Estamos a falar de uma
pedra com um desenho esculpido muito particular, que pode ser ainda
mais antigo e cuja localização original pode não ser a Rua dos
Arcos, por aproveitamento para a construção do edifício.
Conhecendo este desenho
há mais de dez anos, o que me levou a desenvolver esta crónica foi
ter vislumbrado outro elemento semelhante que se encontra em França
e de provável origem templária. O que torna este assunto enigmático
é este último desenho estar presente em Domme na região de
Dordogne, local onde os templários foram aprisionados em 1307,
estando referenciada como uma das “grafites” desenvolvidas pelos
cavaleiros da Ordem do Templo durante a sua estadia.
A meu ver, aparentam ser
desenhos ligados aos estudos cabalísticos, daí as suas semelhanças,
com ligações à Árvore da Vida, muito desenvolvidos pelos judeus e
igualmente de interesse entre os templários.
Importante reavivar que
houve uma significativa comunidade de judeus em Tomar, não apenas no
tempo do Infante D. Henrique, mas igualmente bastante anterior, sendo
de destacar que os comerciantes judeus se agrupavam junto às
arcarias dos Estaus.
De forma a facilitar o
entendimento das semelhanças dos dois elementos, destaquei ambas as
imagens em comparação, de salientar que na estrutura de Tomar
surgem outras cruzes menores e pequenos pontos muito semelhantes a
outras “grafites” de Domme.
Considero que se trata de
um desenho de origem templária, com alguma finalidade ligada a
estudos específicos, cuja valorização deve ser dada, destacando o
seu interesse histórico, esotérico e turístico.
A sua importância merece um espaço em
museu, aguardemos que não seja esquecida e entregue à degradação
e lixo.
Nas imagens:
A- Pedra de Domme
B- Pedra dos Arcos
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